sexta-feira, 4 de março de 2011

Distritão e troca-troca

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos

O governo não tem grandes expectativas em relação à Comissão de Reforma Política instalada na Câmara, onde pontificam os deputados João Paulo Cunha (PT), Valdemar Costa Neto (PR) e Paulo Maluf (PP), todos paulistas e enrolados na Justiça. Avalia que os 40 integrantes do colegiado vão se digladiar a ponto de inviabilizar um relatório com amplo apoio na Casa. Esse cenário, porém, possibilita ao Senado aprovar uma proposta com mais agilidade e remetê-la à apreciação da Câmara, acelerando a reforma.


O mais empenhado na aprovação da reforma política é o vice-presidente Michel Temer (PMDB), que costura uma proposta simplificada: a implantação do “distritão”, no qual cada unidade da Federação elegeria os parlamentares mais votados, acabando com o voto proporcional, o fim das coligações e um prazo para uma reacomodação partidária, no qual seria possível trocar de legenda.

Propostas como o voto em lista, defendida pelo PT, ou o voto distrital clássico, como quer o PSDB, não obtiveram muita ressonância até agora. O financiamento público de campanha também. Os pequenos partidos, que se fortaleceram nas eleições passadas, correm o risco de serem engolidos na reforma. E as siglas de oposição, principalmente o DEM e o PPS, sofrem um ataque especulativo do PMDB e do PSB, que pretendem se fortalecer com a reforma.

Coligações//

“O aeroporto do Rio de Janeiro não para de crescer, entretanto, é uma rodoviária de quinta categoria”, disparou o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB). Segundo ele, a situação do Galeão não é apenas um problema para a Copa do Mundo ou para as Olimpíadas, é um desafio para o crescimento do país.

Afago

Chamou a atenção, durante os cumprimentos ao ministro Luiz Fux no Supremo Tribunal Federal, o longo abraço que recebeu do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), um dos que mais apoiaram a sua indicação.

Pagão

A nomeação do novo ministro não passou por consultas ao ex-deputado Luiz Carlos Sigmaringa Seixas e ao ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos (foto). Os dois foram os principais padrinhos dos ministros do STF nomeados pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Pesado

Impressionou o tom adotado pelo ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, ao elogiar a indicação de um juiz de carreira para compor o Supremo Tribunal Federal. Hage criticou o suposto “garantismo” do Tribunal e disse que os criminosos de colarinho branco terão a vida dificultada com a presença de Fux.

Viúva

Para garantir o programa de investimentos da Petrobras — são R$ 200 bilhões em cinco anos — e outros projetos que precisam de financiamento público, o Ministério da Fazenda anunciou ontem um aporte de recursos do Tesouro ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) da ordem de R$ 55 bilhões

Gelada

O governo está discutindo com a indústria cervejeira um aumento do IPI e do PIS/Cofins, que incidem sobre a cerveja e o refrigerante. Quer aumentar os impostos no mínimo em 8%. O setor esperneia e tenta um acordo em torno de 5,9%, em linha com a inflação do período. O certo, porém, é que a cerveja e o refrigerante custarão mais depois do carnaval.

Retaliação

Não será nada fácil a vida do deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, daqui para a frente. O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, recebeu ordens de passar um pente-fino nos repasses de recursos para os sindicatos da Força Sindical pelas Delegacias Regionais do Trabalho. A ordem é fechar as torneiras do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Aperto/ Diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn esteve ontem com a presidente Dilma Rousseff. Antes do encontro, foi informado por Paulo Nogueira Batista, representante brasileiro na instituição, que o governo brasileiro não fará novos aportes de recursos para a realização de eventos promovidos pelo fundo.

Crise/ O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, foi convidado pelos integrantes da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado para debater na Casa a crise dos países árabes. A iniciativa partiu do senador Pedro Simon (PMDB-RS).

Ciência/ O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), escolheu ontem o novo presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do GDF. Será Paulo Sérgio Bretas de Almeida Salles, doutor em ecologia pela Universidade de Edimburgo (Reino Unido) e professor do Centro de Ciências Biológicas da UnB. Sua tarefa será fomentar um polo de pesquisa científica e inovação tecnológica em Brasília.

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