Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
A proposta de formação de uma Frente Ampla no Congresso, nos moldes de sua congênere do Uruguai, virou um bumerangue contra o PT. A ideia partiu de ninguém menos que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ainda no primeiro turno das eleições, como uma maneira de garantir uma base parlamentar mais orgânica e com capilaridade no país. Porém, nasceu já vítima de um mal congênito: a exclusão do PMDB.
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Com o segundo turno, a tese deixou de ser motivo de conversas entre os aliados e ficou perdida no espaço. Mesmo assim, assustou o PMDB, que viu na proposta a intenção de o PT buscar apoio nos partidos da esquerda governista para impor sua hegemonia no Congresso. O pior é que o PSB também ficou desconfiado. Não descartou formalmente a proposta, mas se movimentou para manter a autonomia do “bloquinho” com o PDT e o PCdoB. Além disso, com seis governadores eleitos, passou a exigir mais participação no governo.
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E o bumerangue? Foi a reação contrária dos “patinhos feios” da base governista: PR, PP, PTB e PSC, que fecharam um compromisso com o PMDB na Câmara para a formação de um blocão partidário de 202 deputados. O artífice desse frentão, o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), desconversa quanto às suas reais intenções. Está na cara que é garantir a Presidência da Câmara e os nacos de poder na Esplanada que esses partidos já controlam.
Bom cabrito
Do líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), ao comentar a formação de um superbloco com 202 deputados para disputar a Presidência da Câmara: “O nosso bloco hoje é aliado do PT e não dará nenhum passo antes de ouvir a presidente eleita, Dilma Rousseff”. O líder do PT, deputado Cândido Vacarezza (SP), minimiza a articulação. Não vê a iniciativa como um sinal de hostilidade ou ameaça de o PMDB deixar a base.
Governança
Dono do melhor desempenho nas eleições regionais, nas quais duplicou o número de governadores, o PSB fará um encontro para troca de experiência entre os governadores eleitos no início de dezembro. Pretende criar uma marca de gestão socialista no Amapá, no Ceará, em Espírito Santo, em Pernambuco, no Piauí e na Paraíba. Será organizado pela Fundação João Mangabeira.
Carona
O deputado Sílvio Costa (PTB-PE) intensificou o lobby em favor dos bingos no Brasil. Ele disse ter encontrado a solução do problema de falta de verbas para a saúde: aprovar um projeto de lei que regulamenta o jogo e destinar todos os impostos provenientes da prática para a Saúde. De acordo com o parlamentar, os recursos anuais seriam da ordem de R$ 10 bilhões.
Forças ocultas
Ninguém sabe de onde vem a força do ministro das Cidades, Márcio Fortes (foto), que luta para permanecer no cargo e enfrenta a maior oposição na bancada federal do PP. Seu próprio partido articula a indicação do deputado Mário Negromonte (BA) para a pasta. O presidente do PP, senador Francisco Dornelles (RJ), é o principal interlocutor de Fortes na legenda e não aceita a indicação, pelo PMDB, do ex-governador Moreira Franco para o posto, como foi ventilado, mas não decide tudo sozinho. A força do ministro vem é da Casa Civil, que controla os investimentos e a liberação das verbas da pasta.
Agenda
A senadora oposicionista Lúcia Vânia (PSDB-GO) aproveitou a ida do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, ao Congresso para cobrar um horário na agenda do ministro. Questionou o fato de sempre ser encaminhada para assessores quando solicita audiência com Bernardo. No fim da tarde, o ministro, enfim, ligou para a senadora.
Tabagismo
O “Relógio da Morte”, em Montevidéu, no Uruguai, registra as mortes ocorridas por causa do consumo do tabaco desde 25 de outubro de 1999, quando as negociações para a Convenção Quadro para o Controle do Tabaco começaram. Segundo o relógio, em todo o mundo morreram mais de 50 milhões de pessoas.
Trabalhadores
Na próxima quinta-feira, o presidente Lula inaugura em Brasília o Centro de Referência do Trabalhador. O local levará o nome do ex-governador do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, político que fez história pelo antigo PTB e fundou o PDT, ao perder o controle da legenda para Ivete Vargas, em 1989. O centro foi criado pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi, discípulo do político gaúcho, e funcionará como um espaço sobre a história do trabalho e dos trabalhadores do Brasil. Terá museu, biblioteca, acesso à internet e espaços para exposições temporárias.
Agenda// O novo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, toma posse hoje, em lugar do deputado Armando Monteiro Filho (PTB-PE). Ele pretende anunciar a agenda da indústria para os próximos quatro anos.
Placa/ Procuradores de Justiça do Mercosul discutirão amanhã, em Brasília, a adoção de uma placa única para todos os veículos na região. A principal vantagem seria dificultar o roubo e contrabando de automóveis e cargas nos países que compõem o Mercosul. Outra iniciativa que também será estudada durante o encontro é o emplacamento eletrônico. Atualmente só Brasil, Chile e Colômbia usam o recurso.
Jurisprudência/ O ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Cezar Peluso, participam da abertura do seminário Repercussão geral em evolução, a partir das 9h de hoje, no ministério. O instituto jurídico filtra os recursos extraordinários a serem examinados pela Suprema Corte.
Prezado Luiz Carlos,
ResponderExcluirAdoção de placa única de veículos para o Mercosul deve ser rejeitada de imediato. Não faz o menor sentido. O número de veículos que regularmente cruzam a fronteira e insignificante.
Mudar a legislação de tantos países com o objetivo de conter furtos e roubos de veículos, que enventualmente seriam comercializados em outros países é de uma inocência pueril.
O Braasil possui a maior frota de veículos, cuja maioria absoluta não cruza as fronteiras ou são objeto de furto com destino pós-fronteiras.
Vamos pensar em coisas mais importantes para a integração da Região.
Hélio