domingo, 14 de novembro de 2010

Bancada biônica

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos

Há uma disputa no Congresso por vagas no Parlamento do Mercosul. Até 2013, cada país membro terá direito a indicar 18 representantes para um mandato-tampão. Por enquanto, somente o Paraguai elegeu seus representantes. Os da Argentina, do Brasil e do Uruguai serão indicados por seus respectivos Congressos. Só depois elegerão parlamentares pelo voto direto, como os paraguaios, em número proporcional à população.

O Brasil pode ter uma bancada expressiva no Parlamento do Mercosul, apesar de biônica. As articulações no Congresso para indicar alguns parlamentares que deixaram ou estarão deixando o Congresso em dezembro já começaram. Os nomes estão sendo escolhidos pelos partidos.

Estão cotados para a tarefa o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), se não virar ministro de Estado; os ex-deputados Ricardo Zarattini (PT-SP) e Delfim Neto (PP-SP); os deputados Gustavo Fruet (PSDB-PR), Raul Jungmann (PPS-PE) e Eliseu Padilha (PMDB-RS); e os senadores Heráclito Fortes (DEM-PI) e Osmar Dias (PDT-PR). Detalhe: o salário é igual ao do deputado federal do respectivo país.

Novela

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve julgar na próxima semana os recursos contra a cassação de registros de Paulo Maluf (PP-SP), com votação suficiente para se reeleger deputado federal; e Marcelo Miranda (PMDB-TO), que conseguiria uma cadeira no Senado. Ambos foram enquadrados na Lei da Ficha Limpa. Maluf, por irregularidades que teriam sido cometidas na Prefeitura de São Paulo; e Miranda, por ter sido cassado do cargo de governador. Se forem impugnados, ainda poderão recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Retaliação

Derrotados nas urnas, o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) e o senador Fernando Collor de Mello (PTB), que disputaram e perderam as eleições para o governo de Alagoas, articulam-se com o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), para pedir a cassação do governador reeleito Teotônio Vilela Filho. Acusam o tucano de abuso de poder econômico.

Ano velho

Para o líder do DEM na Câmara, deputado Paulo Bornhausen (DEM-SC), a semana que se passou pode ser resumida em uma frase: ´Bem-vindo ao ano velho`. Segundo ele, bastou passar a corrida eleitoral para aparecer a sujeira sob o tapete. ´Banco que quebra, nomeação de sanguessuga, turbina rachada trazendo o risco do apagão de volta, Enem que não dá certo e dengue que dobra o número de doentes.`

Muito forte

O lobby a favor da indicação do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci para a Casa Civil do novo governo é tão forte que a presidente eleita, Dilma Rousseff, resolveu esvaziar as atribuições da pasta. Não quer um superministro dentro do Palácio do Planalto.

Digitais

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) analisa as prestações de contas dos partidos. Verifica possíveis divergências entre as informações prestadas pelos candidatos com os registros de doações feitas por pessoas físicas e jurídicas. Voluntariamente, foram registradas 117.410 doações

Do contra

Campeão de votos do Distrito Federal, o deputado eleito José Antônio Reguffe (PDT) não pretende votar a favor da recriação da CPMF ou de qualquer outro imposto que venha a ser proposto pelo governo. ´O problema da administração pública é muito mais a falta de qualidade do gasto do que de dinheiro para gastar`, dispara. O PDT, entretanto, apoia a recriação do imposto do cheque para financiar a saúde.

Transição

O ministro interino da Casa Civil, Carlos Eduardo Esteves Lima, apresentará ao presidente Lula, na terça-feira, o novo Portal da Transição. Será um espaço virtual com informações de governo para facilitar os trabalhos de quem entra e de quem sai. Deve ficar no ar até 31 de dezembro. O presidente Lula decidirá se será aberto ao público ou não.

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