domingo, 24 de outubro de 2010

Ajuda federal

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos

Depois do vazamento de informações sobre as investigações do caso do suposto dossiê contra o PSDB, que alimentou o debate eleitoral na semana passada, a Polícia Federal volta ao centro dos acontecimentos eleitorais. Manteve para amanhã o depoimento da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, acusada de nepotismo e de tráfico de influência no Palácio do Planalto.

A defesa bem que tentou empurrar o assunto com a barriga, mas o delegado que investiga o caso, Roberval Vicalvi, manteve o depoimento marcado para antes de 31 de outubro. Se adiasse, poderia prevaricar. É mel na sopa para o presidenciável tucano José Serra, que surfou na onda do caso Erenice no primeiro turno. Simplesmente porque um candidato que está perdendo a eleição não tem alternativa a não ser atacar.

Não adianta Serra prometer mundos e fundos na eleição, como salário mínimo de R$ 600, 13º benefício do Bolsa Família e 10% de aumento para os aposentados. Nem anunciar que vai "acelerar" as obras do governo federal que estão longe de serem concluídas. Para vencer Dilma Rousseff (PT), missão que hoje parece impossível, Serra precisa "desconstruir" a imagem da petista e tirar uns bons pontinhos dela. De preferência, com a ajuda da Polícia Federal.

Capacetes


A oposição no Rio de Janeiro perde a eleição, mas não o bom humor. Hoje, na caminhada de José Serra (PSDB) programada para Copacabana, a ordem era todo mundo comparecer de capacete. Só faltou um gaiato organizar uma chuva de bolinha de papel para animar a passeata.


Apelou, perdeu


A coordenação de campanha de Dilma Rousseff (PT) constatou um ganho de 4% nas intenções de votos da petista graças à guerra de versões sobre o episódio da bolinha de papel. Já o deputado João Almeida (BA), líder do PSDB na Câmara, só acredita nas pesquisas internas do partido, que apontam uma diferença mínima entre José Serra e Dilma Rousseff.

 Solução final


Ao convocar o julgamento do recurso contra a Lei da Ficha Limpa feito pelo candidato ao Senado Jader Barbalho (PMDB), cuja votação no Pará até hoje não foi divulgada oficialmente, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cezar Peluso, deu o sinal de que o impasse em torno da questão está chegando ao fim. Na última vez que o assunto esteve na pauta, em 23 de setembro, no julgamento do pedido de impugnação do ex-governador Joaquim Roriz (PSC-DF), os ministros discutiram durante 11 horas e não chegaram a uma decisão. Houve um empate de 5 x 5 na votação.

Salvação

O teólogo Leonardo Boff acaba de lançar mais um livro, intitulado Como evitar o fim do mundo. Um dos principais representantes da teologia da libertação, o ex-franciscano cada vez mais se dedica aos temas ecológicos. Já escreveu mais de 60 obras, entre elas Igreja: carisma e poder, que lhe valeu uma condenação a um ano de "silêncio obsequioso" pelo Vaticano, em 1985. Largou a batina e se casou.

Charanga

O secretário executivo do Ministério do Planejamento, João Bernardo, foi notificado na sexta-feira pela Justiça do Trabalho porque não liberou os servidores da Saúde, do Trabalho e da Previdência no Rio de Janeiro em dia de jogo do Brasil na Copa da África do Sul. A partida foi às 11h e a galera não queria voltar para o batente. O sindicato, ligado à CUT, entrou com a ação.

Prancheta

Os estádios da Copa do Mundo de 2014 serão as estrelas do Brazil World Cup Architectural Summit, em Nova York, em 18 e 19 de novembro, com a participação dos arquitetos das arenas de Manaus, de Fortaleza, do Recife, de Salvador, do Rio de Janeiro, de Belo Horizonte, de Curitiba, de Porto Alegre, de Brasília, de Cuiabá e de Natal. Todas as reformas ainda estão nas maquetes, mas a saia justa mesmo, quem vestirá é o representante de São Paulo, o prestigiado arquiteto Ruy Ohtake, autor do projeto do Morumbi, estádio rejeitado pela CBF e pela Fifa.

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