sábado, 11 de setembro de 2010

Barra dos tribunais

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos

O ex-governador Joaquim Roriz (PSC), que tenta voltar ao cargo, criou ontem o maior constrangimento para o Supremo Tribunal Federal (STF). Exibiu no horário eleitoral trechos de uma entrevista do ex-ministro do STF Eros Grau e a gravação do voto do ministro do STF Marco Aurélio Mello em seu julgamento pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas quais a impugnação de sua candidatura é contestada.

Grau sustenta que ninguém é "ficha suja" enquanto seu caso não transitar em julgado, ou seja, sem se esgotarem todos os recursos judiciais. Já Marco Aurélio, que foi voto vencido no TSE, diz que o ex-governador não pode ter a candidatura impugnada por ter renunciado ao mandato antes de a Lei da Ficha Limpa ter sido aprovada.

Roriz pôs o pé na porta do Supremo para forçar um julgamento considerado dos mais polêmicos da história. O tribunal estaria muito dividido. Os ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e José Antônio Dias Toffoli teriam o mesmo entendimento de Marco Aurélio. Votariam com o presidente do TSE, ministro Ricardo Lewandowski, a favor da impugnação, os ministros Carlos Ayres Britto, Joaquim Barbosa e Cármem Lúcia. O voto da ministra Ellen Gracie ainda é uma incógnita, e o presidente do STF, Cezar Peluso, só vota em caso de empate. Esse é o impasse.

Saia justa

Quem está na maior saia justa não é a ministra Ellen Gracie (foto), é o presidente do TSE, Ricardo Lewandowski, que comandou a impugnação de Roriz por 6 a 1. Uma reviravolta no caso Roriz, quando ainda há dezenas de recursos dependendo de julgamento, seria um Deus nos acuda na Justiça Eleitoral. Lewandowski prefere que o caso seja julgado no Supremo depois das eleições, porém, antes da diplomação, o que daria aos eleitores a chance de resolver o assunto pelo voto. O presidente do STF, ministro Cezar Peluso, prefere que o julgamento de Roriz ocorra antes das eleições, conforme revelou à repórter Izabelle Torres, que me substituiu na coluna interinamente no último 7 de setembro.

Ousadia

O candidato Levy Fidelix (PRTB) resolver investir no ABC paulista, reduto histórico do PT. Hoje lidera uma carreata pela região, com direito a comícios em Diadema, São Bernardo do Campo, Santo André e São Caetano do Sul. Sua principal proposta de governo é o trem de alta velocidade que ligaria São Paulo ao Rio de Janeiro.

Auditoria

O Tribunal de Contas da União (TCU) está de olho em obras realizadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em estradas brasileiras. O TCU vai fazer uma auditoria para verificar o motivo da quantidade excessiva de multas aplicadas pelo Ibama ao órgão, que chegaram a R$ 9 milhões no período de 2005 a 2009.

Viúva

O Banco do Brasil será o maior financiador da Hidrelétrica de Belo Monte. A participação deve chegar a quase 30% do projeto: R$ 5,5 bilhões

Distância

Ausente do debate da TV Gazeta, o prefeito de São Paulo, o democrata Gilberto Kassab anda cada vez mais distante do candidato tucano a presidente da República, José Serra. Os rumores de que pretende trocar o DEM pelo PMDB, como antecipamos na coluna, são cada vez mais fortes.

Marcado

Foi batido o martelo: o último comício de Dilma Rousseff (PT) será mesmo na Praça da Sé, em São Paulo, em 27 de setembro. Terá a presença do presidente Luiz Inácio lula da Silva, que não só aposta na vitória de Dilma em São Paulo como acredita que, se a campanha estadual for nacionalizada, o petista Aloizio Mercadante poderá levar a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes para o segundo turno.

Autocrítica

O líder do PSDB na Câmara, deputado João Almeida (BA), anda entusiasmado com uma possível recuperação do tucano José Serra nos 15 dias que antecedem o primeiro turno das eleições. Ele atribui o avanço de Dilma Rousseff (PT) nas pesquisas eleitorais a uma estratégia equivocada do marqueteiro de Serra, Luiz González. Segundo Almeida, os ajustes foram feitos a tempo.

Mutirão / Todos os Tribunais Regionais Eleitorais do país realizarão neste fim de semana mutirões para emitir os documentos necessários para os eleitores votarem em 3 de outubro. Serão feitos em parceria com as Secretarias de Segurança Pública nos estados para que possam ser emitidas, além do título de eleitor, as carteiras de identidade. No Distrito Federal, a força tarefa será em 18 e 19 de setembro.

Não deu / Fracassou a ofensiva do presidente Lula em Minas Gerais. O tucano Antonio Anastasia continua em ascensão e Hélio Costa (PMDB), em queda. Lula, porém, pretende visitar o estado mais duas vezes, até o fim da campanha, para apoiar o aliado. Amanhã, aparecerá na TV pedindo votos para Hélio Costa, Patrus Ananias (vice) e Fernando Pimentel, candidato ao Senado.

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