quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Onde estará Kassab?

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos


Vão de mal a pior as relações do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, com a cúpula do DEM. Serrista de carteirinha, seu distanciamento é inversamente proporcional ao do presidente da legenda, Rodrigo Maia (RJ), do candidato tucano a presidente da República, José Serra. O futuro de Kassab - cujo mandato termina em 2012 - é incerto. Sem condições de disputar o controle do DEM, não será surpresa se negociar sua ida para o PMDB, após as eleições, com o vice de Dilma, Michel Temer (PMDB-SP).

Como se sabe, Kassab disputou a Prefeitura de São Paulo com Geraldo Alckmin (PSDB) e levou a melhor. Caso seu principal aliado político, José Serra, seja mesmo derrotado, estará no sal. Sem mandato durante dois anos, corre o risco de ver a sua liderança volatilizada pelos desafetos tucanos e petistas.

É aí que surge a mais nova operação em curso nos bastidores da campanha eleitoral paulista. A cúpula do PT acena para Gilberto Kassab com um tapete vermelho no futuro governo Dilma em troca do apoio a Alozio Mercadante (PT) na disputa contra Alckmin pelo Palácio dos Bandeirantes e de um futuro acordo com Marta Suplicy (PT), hoje candidata ao Senado, para a sucessão na Prefeitura de São Paulo. É conversa para um eventual segundo turno? Não, já é conversa do último fim de semana.

Teimoso

O tempo está fechando no comando da campanha de José Serra (PSDB), cada vez mais encapsulado por Luiz González no estúdio de gravação de seu programa. Uma ala da coligação PSDB-DEM-PPS avalia que é preciso mudar o discurso de campanha e descer o sarrafo no governo Lula. Serra resiste às pressões. Prefere seguir a orientação de González, que, por sua vez, já avisou que deixa o comando da campanha se tiver que mudar de estratégia. A campanha do tucano será essencialmente propositiva, mas força o confronto com o perfil de Dilma Rousseff (PT). Nada, porém, de críticas ao presidente Lula.

Falatório

A petista Dilma Rousseff está uma arara com o falatório em torno das medidas que pretende adotar, caso ganhe a eleição, para conter os gastos públicos. Na campanha, fala-se que é boato espalhado pelos tucanos para criar problemas para a ex-ministra junto aos servidores públicos. Entretanto, 10 entre nove autoridades econômicas do governo Lula se queixam do impacto da elevação do salário mínimo nas contas da Previdência e dos aumentos "abusivos" dos salários dos servidores públicos.

Indexação

No primeiro mandato, Lula acordou com os sindicatos o reajuste do salário mínimo nacional segundo a inflação mais o crescimento do PIB de dois anos anteriores. Quando as taxas de crescimento médio do PIB estão entre 3,5% e 4,5%, o aumento é absorvido pelas contas públicas sem perda de controle da inflação. Com taxas de crescimento médio acima de 5% do PIB, o impacto fiscal será maior. Entre 2003 e 2009, os gastos do governo como proporção do PIB aumentaram 2,5%. Segundo analistas, 80% desse crescimento se deve ao salário mínimo.

Difícil

Embora a democrata Rosalba Ciarlini mantenha o favoritismo nas pesquisas eleitorais para vencer a disputa pelo governo do Rio Grande do Norte, o candidato tucano José Serra perde feio para Dilma Rousseff (PT). O maior adversário do tucano no estado é o Bolsa Família, que contempla 360 mil famílias potiguares.

Não colou

Chama a atenção no Rio Grande do Norte o desempenho da ex-governadora do estado Wilma Maria de Faria (PSB) nas pesquisas eleitorais para o Senado. Depois de governar o estado por quase oito anos. a senadora aparece em terceiro lugar nas pesquisas, com 43% de intenções de votos. Em primeiro está o peemedebista Garibaldi Alves, com 60%; seguido por José Agripino Maia (DEM), com 51%.

Mudo

Falam sobre a economia pós-Lula o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci; o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel; o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo; o presidente do BNDES, Luciano Coutinho; e o ministro da Fazenda, Guido Mantega. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, está na muda.

Bagres

ueda de braço entre os ministérios da Pesca e da Agricultura por causa da importação de 3,3 mil toneladas de pangasius do Vietnã a US$ 2 o quilo, de janeiro a junho. Peixe de água doce, no Brasil é chamado de bagre. Consequência: foram demitidos da indústria da pesca, principalmente em Santa Catarina, 3 mil trabalhadores

Curiosidade / Segundo o TSE, 88.146.980 eleitores declaram-se solteiros. O número número representa 65% do eleitorado brasileiro

Fronteira / Reunião da Operação Sentinela hoje e amanhã em Brasília. Polícia Federal, Força Nacional de Segurança Pública, Ibama e Polícia Rodoviária Federal, além de representantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica discutem seus resultados. Há cinco meses o governo intensificou o patrulhamento nas regiões de fronteira do Brasil, mas não aconteceu nada de extraordinário. O tráfico de drogas e de armas continua intenso.

Azebudsman / Na última sexta-feira, 20 de agosto, publicamos que o senador José Bezerra (DEM-RN) havia sido vaiado quando ocupava a tribuna do Senado e falava sobre a importância do voto. Na verdade, o parlamentar denunciava que a importação de leite em pó subsidiada pelo Mercosul na Argentina e no Uruguai estava prejudicando produtores brasileiros. As vaias interromperam a fala da senadora Níura Demarchi (PSDB-SC).

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