sábado, 31 de julho de 2010

Coisa de caboclo

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva armou mesmo uma casa de caboclo para a oposição nos principais estados do país. As alianças que teceu — mesmo sufocando aspirações petistas — estão sendo fundamentais para Dilma Rousseff (PT) e deixam a campanha do tucano José Serra em situação muito difícil.

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Com exceção de São Paulo, onde o tucano Geraldo Alckmin até agora mantém folgada distância do petista Aloizio Mercadante, nos estados de maior contingente eleitoral as pesquisas mais recentes confirmam que os candidatos apoiados por Lula estão em grande vantagem. Na Bahia, o governador petista Jaques Wagner mantém seu favoritismo. O mesmo acontece em Minas Gerais, com Hélio Costa (PMDB); no Rio de Janeiro, com Sérgio Cabral (PMDB); em Pernambuco, com Eduardo Campos (PSB); e no Ceará, com Cid Gomes (PSB).

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Grandes colégios eleitorais, São Paulo (22,3%), Minas Gerais (10,7%), Rio de Janeiro (8,5%), Bahia (7%), Pernambuco (4,6%) e Ceará (4,3%) concentram 57,4% do eleitorado brasileiro. Na cúpula tucana, a prioridade é reverter o quadro em Minas, onde ganhar é considerado decisivo para o resultado nacional. Nos demais estados, a situação é mais difícil, mas os resultados não alteram o curso da eleição.

Eleições//

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Ricardo Lewandowski, ficou satisfeito com o que viu em visitas aos tribunais regionais eleitorais dos estados. Chamou a atenção do ministro o nível de alfabetização no Pará. Segundo ele, isso pode fazer a diferença com um voto mais consciente nestas eleições.

Na jogada

O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, está tranquilo com as novas regras do Estatuto do Torcedor que proíbem a venda de bebidas alcoólicas nos estádios. Um dos maiores contratos da Fifa é com a marca de cerveja Budweiser, pertencente à empresa belgo-brasileira Inbev, que foi vendida nos estádios da África do Sul durante os jogos. Segundo Teixeira, a lei que trata de competições organizadas pela CBF e da Copa do Mundo é de responsabilidade da Fifa.

Sem fôlego

A Petrobras está com a língua de fora, não consegue dar conta dos investimentos programados para a exploração do petróleo da camada pré-sal. O empréstimo de R$ 2 bilhões recentemente contraído junto à Caixa Econômica Federal é café pequeno diante das dificuldades da empresa, cujo programa de capitalização precisa alavancar pelo menos US$ 80 bilhões

Murici

Pegou fogo a campanha para o Senado no Rio de Janeiro. Com Marcelo Crivella (PRB) e Cesar Maia (DEM) à frente nas pesquisas, Jorge Picciani (PMDB) e Lindberg Farias (PT) partiram para o tudo ou nada — um contra o outro, é claro. Os dois são candidatos do governador Sérgio Cabral, do PMDB, que disputa a reeleição e finge que a briga não é com ele.

Agenda

Ontem a candidata petista Dilma Rousseff cancelou de última hora um encontro matinal com prefeitos, vice-prefeitos e lideranças políticas no Hotel Embaixador, em Porto Alegre. Alegando cansaço, Dilma deu bolo e foi visitar sua filha única, que está gravida. Depois, se mandou para Curitiba, ao encontro do presidente Lula e do candidato do PDT a governador do Paraná, Osmar Dias, o aliado de última hora que virou o jogo no estado.

Hipocondríaco

O candidato tucano José Serra é um hipocondríaco incorrigível. Vive se queixando de irritação na garganta, que atribui à poluição nas ruas e ao ar-condicionado nos ambientes fechados. O fato de ter que conversar e fazer discursos o dia inteiro durante a campanha agrava a situação.

Estadista

O candidata do PV, Marina Silva, não perde uma oportunidade de criticar os concorrentes na linha de que seriam farinha do mesmo saco. Ora diz que a eleição não é um concurso de currículos, ora ironiza os perfis administrativos de José Serra (PSDB) e de Dilma Rousseff (PT), com a afirmação de que o Brasil não precisa de um gerente que o governe, precisa de um presidente da República que aponte o rumo do futuro.

Retorno/ Em evento do Ministério da Agricultura nesta semana, líderes ruralistas articulavam o retorno do ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, caso Dilma Rousseff vença as eleições. Caso José Serra seja eleito, o nome mais cotado para a pasta é o da senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidenta da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

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