domingo, 25 de abril de 2010

Ressaca no Ceará

Por Luiz Carlos Azedo
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está muito irritado com Ciro Gomes (PSB-CE). Não quer conversa com o candidato do PSB, que não aceita a retirada de sua candidatura a presidente da República pela cúpula da legenda e atira em todas as direções, inclusive para os lados do Alvorada. Lula não tem dó do político cearense. Avalia que Ciro colhe o que plantou desde quando deixou o governo.

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Lula pediu a Ciro que ficasse no governo, mas o ex-governador do Ceará resolveu concorrer à Câmara. Após a reeleição, Ciro não quis voltar à equipe ministerial. Quando lançou a candidatura da petista Dilma Rousseff , Lula pediu ao ex-ministro da Integração Nacional que transferisse o título para São Paulo e disputasse o cargo de governador. Ciro mudou o domicílio eleitoral, mas não aceitou os apelos do PT para concorrer ao Palácio dos Bandeirantes. A nova recusa custou-lhe o isolamento político.

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Agora, o desconforto se generalizou no PT e entre seus aliados. No Ceará, esperam apenas o sinal verde de Lula para desembarcar da jangada dos Gomes. Com os ataques ao presidente Lula e à ex-ministra Dilma Rousseff, o PT cearense ficou ouriçado. A prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, quer romper com os Gomes.

Impossível

O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), desembarca amanhã no Ceará para convencer o PT a desistir de lançar candidato ao Senado e apoiar as candidaturas de Eunício Oliveira (PMDB) e Tasso Jereissati (PSDB). Missão impossível: o presidente Lula quer ver o tucano sem mandato e apoia a candidatura do ex-ministro da Previdência José Pimentel.

Trincheira

A oposição articula uma obstrução geral no Senado em protesto ao pedido de urgência do pré-sal. O objetivo é derrubar medidas provisórias e bloquear a votação de outras matérias de interesse do governo. “Podemos votar a capitalização e depois os outros projetos, mas precisamos de tempo para fazer audiências públicas”, justifica ACM Junior (DEM-BA).

Partilha

A partilha dos royalties de petróleo da camada pré-sal está na pauta da 57º Reunião Geral da Frente Nacional de Prefeitos, que começa amanhã, em Florianópolis (SC). No ano passado, somaram R$ 10 bilhões

Marisco

O ex-prefeito de Nova Iguaçu Lindberg Farias (foto), pré-candidato do PT ao Senado, está cada vez mais espremido na aliança com o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. A Universal pressiona o presidente Lula para garantir palanque ao senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), candidato à reeleição. Do outro lado, Sérgio Cabral (PMDB-RJ) não abre mão da outra vaga para o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Jorge Picciani, do PMDB .


Isolado

Candidato a governador do Espírito Santo, o deputado Luiz Paulo Velozzo Lucas (PSDB) pressiona as cúpulas do PPS e do DEM a intervir nos respectivos diretórios regionais e assim lhe garantir mais tempo de televisão. Embora apoiem José Serra para presidente da República, os aliados preferem uma coligação com Ricardo Ferraço (PMDB), apoiado pelo governador Paulo Hartung, ou uma chapa com candidato do PV, o ex-prefeito Guerino Balestrassi, para viabilizar a eleição de seus deputados.

Amazônia

Nas próximas semanas, o PT terá que voltar sua atenção para o Norte, onde quatro grandes crises ameaçam os interesses do partido. No Acre, a candidata à Presidência Dilma Rousseff patina num terceiro lugar, atrás da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (PV) e do tucano José Serra. No Pará, a reeleição da petista Ana Júlia Carepa está por um fio, por causa da candidatura de Jader Barbalho (PMDB). Em Roraima, o governador José Anchieta, do PSDB, conta com o apoio do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). E no Amazonas, o ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento (PR) não tem o apoio do ex-governador Eduardo Braga (PMDB) para concorrer ao governo.

Desemcapado

O curto-circuito do PT com aliados pode chegar ao PCdoB de São Paulo. Se Paulo Skaf (PSB-SP) desistir da candidatura a governador, os comunistas dão sinais de que não abrirão mão da vaga do cantor Netinho (PCdoB-SP) ao Senado para Gabriel Chalita (PSB-SP), na chapa do petista Aloizio Mercadante.

Brazil/ A Câmara Brasil-Estados Unidos promove amanhã, no Hotel Grand Hyatt, em Nova York, o Brazil Summit 2010, com palestras do ministro da Fazenda, Guido Mantega; do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles; e o cientista político Murillo de Aragão. Na pauta do encontro de investidores, economia, política, eleições e os prognósticos para o país em 2011.

Titio/ Articulador da vitória de Rogério Rosso (PMDB-DF) na eleição indireta ao GDF — com o apoio do setor de segurança o qual representa —, o deputado distrital Cristiano Araújo (PTB-DF) vai emplacar na Secretaria do Trabalho o tio Artur Nogueira, atual administrador do Paranoá.

Remédio/ O médico e senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) quer dar dor de cabeça ao governo. A ideia é formar uma frente com outros médicos senadores para obstruir a votação de recursos destinados a áreas estratégicas enquanto o tesouro não liberar as verbas da a saúde. O Senado conta com seis médicos entre os 81 senadores, mas dois deles compõem a base do governo: Tião Viana (PT-AC) e Augusto Botelho (PT-RR).

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