sábado, 3 de abril de 2010

O que fazer com Ciro?

Por Luiz Carlos Azedo
luizazedo.df@dabr.com.br
Com Norma Moura


A candidatura de Ciro Gomes (PSB) a presidente da República virou um fio desencapado para os governistas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez tudo o que pôde para esvaziá-la, deixando o ex-ministro da Integração Nacional isolado. Nenhum partido da base foi liberado por Lula para apoiá-lo. Estão todos comprometidos com a candidatura da petista Dilma Rousseff. Exceto o PTB de Roberto Jefferson, que apoia a candidatura do tucano José Serra. Na cúpula do PSB, a maioria já derivou para Dilma, mas não tem coragem de tomar uma atitude em relação a Ciro.

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Quem está com o alicate na mão para interromper o circuito é o presidente do PSB, o governador Eduardo Campos (PE), mas é complicado mexer em linha viva: Ciro tem 11% de intenções de votos nas pesquisas, o que não é nada desprezível. E sua candidatura ainda é uma garantia de segundo turno na sucessão presidencial. Além disso, quando trocou o PPS pelo PSB, todos sabiam que tinha a ambição de disputar a Presidência. É complicado tirar a legenda de um candidato na marra.

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Lula não quer segundo turno. Prefere uma disputa na base do tudo ou nada. Avalia que a candidatura de Ciro só atrapalha a estratégia governista de “nós contra eles”. E que as críticas de Ciro à aliança com o PMDB levam água para o moinho do candidato tucano José Serra. Mas sabe que não pode dar um ultimato ao PSB para tomar a legenda de seu candidato, pois isso transformaria Ciro num adversário imprevisível, mesmo fora da disputa eleitoral.

Camarão

Se a crise com Fernando Gabeira (PV) não for superada, a única alternativa para o ex-prefeito do Rio de Janeiro Cesar Maia, do DEM, será concorrer ao Senado numa chapa sem candidato a governador. Rodrigo Maia, presidente nacional do DEM, será o cabeça de chapa nas eleições proporcionais.

Prateleiras

O Tribunal de Justiça da Paraíba quer se destacar no ranking nacional de cumprimento da meta de julgamento dos processos distribuídos até 2006. Trabalho hercúleo para um tribunal onde faltam 20 juízes e que tem encalhadas 823.520 ações

Confiança

O líder do Democratas na Câmara, deputado Paulo Bornhausen (DEM-SC), avalia que as últimas pesquisas confirmaram o teto histórico de 30% de intenção de voto no PT (Dilma teve 27%), enquanto os 36% de Serra não são mero recall de imagem. “O eleitor tende a escolher presidentes com carreira política consolidada ao longo do tempo e preza a alternância de poder, como uma forma empírica de proteger a democracia”, aposta.

Lista

Há uma semana repousa no Ministério da Justiça a lista tríplice para a vaga de titular do Tribunal Superior Eleitoral. Entre os candidatos, o atual ocupante do cargo, o brasiliense Marcelo Ribeiro, que tenta a recondução; Henrique Neves, irmão do ex-ministro do TSE Fernando Neves; e o advogado Joelson Dias. Este último conta com as diligências da nova ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, de quem foi sócio em um escritório de advocacia em Goiânia.

Teimosia

PSDB e DEM ensaiam voltar à carga para fazer do ex-governador de Minas, Aécio Neves, o vice de José Serra na disputa presidencial. Aguardam a consolidação da candidatura do agora governador Antônio Anastasia (PSDB-MG) ao governo de Minas e o anúncio da candidatura de Serra, marcada para o próximo dia 10, para retomar a pressão sobre o mineiro.

Limpinho

Marina Silva pressionou a cúpula do PV a adotar os critérios do projeto Ficha Limpa para formação das chapas de candidatos proporcionais nos estados. Publicada no Diário Oficial da União, a medida é válida já para as eleições de outubro. A resolução impede ainda candidaturas de políticos que tiveram as contas relativas a funções públicas rejeitadas por irregularidades que configurem ato de improbidade administrativa.

Na pista/ Mesmo sem a definição do PSB sobre sua candidatura ao governo de São Paulo, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf (PSB-SP), resiste às pressões do candidato petista Aloizio Mercadante para que desista da disputa. Sua exoneração do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do Governo já foi publicada no Diário Oficial.

Ordem/Está em gestação no Conselho Nacional de Justiça uma resolução para regular os processos relativos a demandas na área de saúde. O órgão quer definir as diretrizes para juízes que vão julgar ações envolvendo, por exemplo, o fornecimento pelo Estado de medicamentos de alto custo.

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