quarta-feira, 14 de abril de 2010

Freio de arrumação

Por Luiz Carlos Azedo
COm Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br

A petista Dilma Rousseff resolveu dar um freio de arrumação na pré-campanha, depois da confusão em que se meteu em três estados conflagrados da base governista: Minas Gerais, Paraná e Ceará. Em reunião realizada na segunda-feira, a cúpula da campanha chegou à conclusão de que a agenda da pré-candidata, desde que deixou de participar dos eventos oficiais do governo Lula, estava de cabeça para baixo. Em vez de demandar, estava sendo demandada por militantes petistas e aliados, muitas vezes sendo obrigada a caminhar por terrenos minados.

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É o que aconteceu, por exemplo, no Ceará, agenda que a ex-ministra tentou cancelar no sábado, mas foi impedida pela prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), que anda às turras com o governador Cid Gomes (PSB). Ontem pela manhã, depois de uma noite de tensas negociações, Dilma foi à residência oficial para anunciar seu apoio ao governador cearense.

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Na cúpula da campanha de Dilma, ficou acertado que este será o último evento agendado sem a devida preparação. Doravante, a agenda de Dilma será pró-ativa e passará pelo crivo do ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, cada vez mais influente nos rumos da campanha.

À mineira

Do secretário-geral da Presidência da República, ministro Luiz Dulci, ontem, sobre a disputa entre o ex-ministro do Desenvolvimento Social Patrus Ananias e o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, que se digladiam pela vaga de candidato a governador de Minas pelo PT : “Esse assunto só vai se resolver no último minuto”. Pressionado por prefeitos petistas que relutam em apoiar o candidato do PMDB, Hélio Costa, Patrus será candidato. Pimentel, que defende a aliança com o PMDB, na última hora resolveu entrar na disputa para segurar a vaga de candidato a governador e negociar o acordo com o peemedebista.

Acordo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o acordo da Cúpula de Segurança Nuclear, que fortalece a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) e isola ainda mais o Irã. Foi convencido pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que protagonizou o encontro. Os dois andavam se estranhando. O compromisso foi assumido por 50 países. O prazo de quatro anos para cumprir as exigências do acordo facilitou o consenso.

Indigesto

O governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), recebeu ontem a petista Dilma Rousseff para um café da manhã na residência oficial, mas não deixou barato a inoportuna passagem da ex-ministra por Fortaleza. Avisou que não aceita chantagem do PT. Cid anda agastado com as pressões para ceder uma vaga ao Senado ao petista José Pimentel e para que seu irmão Ciro Gomes (PSB) desista da candidatura a presidente da República.

Túnel

Prevendo uma derrota, o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), estava disposto a colocar em votação de qualquer jeito o projeto que trata do reajuste das aposentadorias acima de um salário mínimo. Mas retrocedeu. “Eu estava derrotado, mas agora o cenário clareou”, explicou o líder. O relatório de Vaccarezza defende um reajuste de 6,14%, mas o governo admite negociar até o limite de 7%.

Troia

O líder do governo no Senado, o peemedebista Romero Jucá (RR), estava atravessado ontem na garganta dos petistas. Depois de conseguir o consenso para fechar em 7% o reajuste dos aposentados que ganham acima de um salário mínimo, os deputados souberam que partira do senador a proposta de elevar o índice no Senado para 7,71%. “Quiseram fazer bondade sem combinar com a gente”, alfinetou o líder do PT na Câmara, deputado Fernando Ferro (PE).

Fundo

A União Geral dos Trabalhadores (UGT) lidera junto ao Congresso Nacional uma ampla campanha pela revisão da legislação que regula o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). No ano passado, o FGTS foi corrigido em 3,9%, enquanto a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 4,31%. Segundo Ricardo Patah, presidente da UGT, a perda acumulada do FGTS desde de 2002 chega a R$ 58 bilhões

Pesquisas

Os diretores de institutos de pesquisa farão uma reunião para acertar os ponteiros. O Instituto Sensus, que divulgou pesquisa ontem, e o Datafolha, que deve divulgar novo levantamento no sábado, andam se bicando.

Chapa - O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) tem pressa em dar a largada na pré-campanha ao governo de São Paulo, mas, em reunião com os representantes do PDT, do PR, do PCdoB e do PRB, ouviu da presidenta regional do PCdoB, Nádia Campeão, que para fazer campanha tem que ter chapa montada. Os comunistas desconfiam
de que o PT queira puxar o tapete do cantor Netinho, candidato ao Senado pela legenda.

Dispersão - Cresce entre os petistas de São Paulo a convicção de que mais dois candidatos devem entrar na disputa para garantir o segundo turno no maior colégio eleitoral do país: o deputado Celso Russomano, que concorreria pelo PP, e o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, do PSB.

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