sexta-feira, 30 de abril de 2010

Ela por eles

Por Luiz Carlos Azedo
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br


O marqueteiro João Santana prepara em segredo o programa do PT que irá ao ar em 13 de maio, cuja estrela, como não poderia deixar de ser, é a ex-ministra da Casa Civil Dilma Rousseff. Jornalista, não quer vazamentos sobre o roteiro e pretende surpreender ao utilizar o tempo de televisão e de rádio da legenda para reposicionar a imagem da candidata petista. Dilma perdeu o eixo quando deixou o governo.

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Para os aliados e a cúpula petista, Dilma precisa ter um bom desempenho no programa para superar a crise de identidade na qual submergiu após deixar o bunker do governo e os palanques oficiais ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. João Santana também está na berlinda. A trapalhada da foto de Norma Bengell no cabeçalho do site da ex-ministra, que tanta confusão já rendeu (serviu para corroborar o discurso de que a petista é dada a maquiagens na própria biografia), foi da equipe do marqueteiro.

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Se Santana inventar uma nova Dilma e a imagem não colar, veremos o primeiro barraco de verdade na campanha. Ao contrário da reeleição de Lula, em que era ele quem mandava no marketing, na campanha de Dilma a tarefa do marqueteiro é fazer um bom programa de televisão. O caso Norma Bengell consolidou o poder de Rui Falcão na comunicação. Ele acampou em Brasília e compõe o estado-maior da petista ao lado do presidente do PT, José Eduardo Dutra, do deputado Antônio Palocci e do ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel. Porém, o padrinho de Santana é o presidente Lula.

A pergunta

Ex-marqueteiro do presidente Lula e ex-guru de João Santana, Duda Mendonça é mais um criador revoltado com a criatura. Para aperrear o ex-discípulo, anda falando que Dilma está sendo desvirtuada ao ser apresentada ao eleitor. “Tem que deixar a Dilma ser como ela é. As pessoas vão entender como ela é ou não.” Para Duda, a chave da campanha é responder à seguinte pergunta: “Por que eu votaria na Dilma e não no Serra?”.

A conta

Duda Mendonça era o responsável pelo marketing do governo Lula, mas caiu em desgraça. Na CPI do mensalão, disse ter recebido do PT, em pagamento de campanha, depositado numa conta no exterior, a quantia de R$ 10,5 milhões

Ironia

Eleito um dos homens mais influentes do mundo pela revista Time, o presidente Lula anunciou ontem, em cadeia de rádio e televisão, na sua saudação aos trabalhadores pelo 1º de Maio, que está deixando como herança um modelo de desenvolvimento socialmente mais justo. O cenário foi a biblioteca que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deixou de herança na Presidência.

Arteiros

De olho na movimentação da Câmara, a sociedade civil se organiza para evitar que o projeto da Ficha Limpa entre no limbo. Artistas, capitaneados pelos cantores Frejat e Fernanda Abreu, prometem fazer barulho para pressionar os parlamentares. No Rio, o hino da cidade ganhou versão sulfurosa, com letra de Nelson Motta e arranjo de Liminha. A ideia é constranger os deputados contrários ao projeto de iniciativa popular.

Domínio

Escolhido a dedo para relator de Planejamento e Obras Urbanas da Comissão Mista de Orçamento, o deputado José Guimarães (PT-CE) será o escudeiro dos interesses no setor da ex-ministra Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência da República. Por suas mãos passarão todas as ações nas áreas urbana e social do PAC 2, carro-chefe da campanha da petista. Mais duas relatorias importantes ficaram com a base aliada: Infraestrutura (PMDB), Integração Nacional e Meio Ambiente (PCdoB).

Freio

O líder do PR na Câmara, deputado Sandro Mabel (GO), estuda um meio de limitar o poder de embargo do Tribunal de Contas da União (TCU). O deputado não digere o exemplo do aeroporto de Goiânia, que teve sua reforma suspensa por determinação do TCU. Os contratos foram cancelados prorrogando para 2012 o fim da reforma. Mabel afirma que a paralisação das obras já causaram prejuízos de R$ 70 milhões.

Desafetos

O prefeito do Recife, João da Costa (PT), espinafrou o antecessor num programa de rádio local. Acusou João Paulo de querer mandar na sua administração. “Ele queria continuar como prefeito, mesmo eu sendo eleito. Essa condição eu não aceitei. Não sou traidor. Ele é que está deixando de ser meu amigo”, disparou. João Paulo apoia a candidatura do ex-ministro da Saúde Humberto Costa e a reeleição do governador Eduardo campos (PSB).

Impasse/ O líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), aguarda os passos do Senado para só então orientar sua bancada na votação do reajuste dos aposentados. “O PMDB quer votar com o Senado, e não a reboque dele”, justificou. Assim como o projeto da Ficha Limpa, o reajuste de 7,7% aos aposentados conta com a simpatia do presidente do partido, Michel Temer (SP), que pode se cacifar próximo às eleições com a aprovação das medidas.

Gazeta/ O atual governador do DF, Rogério Rosso (PMDB), tem nas mãos uma batata quente que seu antecessor, o deputado distrital Wilson Lima (PR), não conseguiu descascar: as viúvas do ex-vice-governador Paulo Octávio. Cerca de 25 funcionários tiveram o ponto cortado e deverão ser demitidos se não cumprirem o horário de trabalho.

Realocado/ O delegado Valmir Lemos, ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal no governo Arruda, é o novo superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso. Lemos deixou o cargo quando o deputado distrital Wilson Lima assumiu o Buriti. Na ocasião, alegou que faria o curso superior de polícia.

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