quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Meirelles e o pós-Lula

Por Luiz Carlos Azedo
luizazedo.df@dabr.com.br


Nos 45 anos de existência do Banco Central, seu atual presidente, Henrique Meirelles (PMDB), é aquele que permaneceu mais tempo no cargo: já se vão sete anos. Nem mesmo Ernane Galvêas, Francisco Gros e Gustavo Loyola, que ocuparam a posição duas vezes, somam tantos anos naquela cadeira. Pois bem, Meirelles desistiu de concorrer ao governo de Goiás e foi instado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a permanecer à frente do BC até o fim do mandato. Virou uma espécie de salvo-conduto para a candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff(PT), no meio empresarial, cotado, inclusive, para ser o vice na chapa da petista.

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O presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), involuntariamente, fortaleceu o papel de Meirelles na sucessão de Lula. Anunciou que o governador de São Paulo, José Serra(PSDB), pretende mexer na política econômica, especialmente no câmbio flutuante. O tucano vem batendo na tecla de que o governo caiu numa armadilha macroeconômica, ao permitir a excessiva valorização do real, mas nunca falou em choque cambial. Como a memória dos agentes econômicos em relação ao câmbio fixo do primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso é de elefante, Meirelles virou avalista de que a atual política econômica será mantida por Dilma Rousseff (PT).

Esfriou// O III Programa Nacional de Direitos Humanos é um assunto que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer tirar do micro-ondas e colocar no freezer.

Farrapo

Na suposta crise militar no governo Lula, que não passou de uma trapalhada do secretário de Direitos Humanos, ministro Paulo Vannuchi, e do próprio presidente Lula, que assinou sem ler o decreto do III Plano Nacional de Direitos Humanos, quem saiu mais desgastado foi o ministro da Defesa, Nelson Jobim. Lula sempre soube das opiniões de Vannuchi, mas nunca imaginou que Jobim fosse liderar um pedido de demisssão coletiva dos comandantes militares. A crise está superada, mas no Palácio do Planalto o ministro da Defesa é comparado a Manoel Bento Ribeiro, antigo líder farroupilha.

Vice

A cúpula do PMDB deve se reunir na próxima semana para discutir a sucessão de Lula. O encontro foi acertado entre o presidente do Senado, José Sarney (AP), e o líder do PMDB na Casa, senador Renan Calheiros (AL), com o presidente da Câmara, Michel Temer (foto), de SP. Os dois tiveram um encontro com o presidente Lula no qual o vice de Dilma Rousseff (PT) entrou na roda, no eixo de uma operação para remover a candidatura do ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB), da disputa pelo governo de Minas. O cargo é reivindicado pela bancada do PMDB na Câmara para Temer.

Luz

Vem aí um aumento nas contas de luz. A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deve alterar os cálculos das tarifas de energia até o fim do mês. São Paulo e Paraná serão os primeiros estados a reajustarem as tarifas, a partir de fevereiro. O tema é polêmico, pois a CPI das Tarifas de Energia Elétrica da Câmara sustenta que as concessionárias cobraram muito mais do que deveriam. As cobranças indevidas chegariam a R$ 7 bilhões

Palanque

Conforme a coluna antecipou no sábado, o deputado Fernando Gabeira (foto), do PV, topou ser candidato a governador do Rio graças ao apoio do PSDB, do DEM e do PPS. A coligação o apoiou no segundo turno da disputa pela prefeitura do Rio. A chapa ao Senado seria composta por Cesar Maia (DEM) e Denise Frossar (PPS). O acordo foi articulado pelo ex-governador Marcelo Alencar (PSDB), a pedido do governador José Serra. Gabeira apoiará Marina no primeiro turno e Serra no segundo.

Colateral

Por determinação do Superior Tribunal de Justiça, a Polícia Federal está investigando as relações do ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa, que denunciou o chamado mensalão do DEM, com o ex-governador Joaquim Roriz (PSL). Dois dias antes de divulgar os vídeos com imagens comprometedoras do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, e de seus aliados, Durval foi flagrado pela PF, no Astra JHR 5650, entrando na casa de Roriz.

Memória/ Zilda Arns, que faleceu em missão de caridade no Haiti, está sendo referenciada no Congresso Nacional, mas o tratamento que lhe foi dado pela Câmara em 2001 foi lamentável. Indicada para integrar o Conselho da República pelo então deputado Rubem Bueno (PPS-PR), ficou na segunda suplência. Perdeu a vaga para o deputado Edmar Moreira (PR-MG), aquele do Castelo, que obteve 229 votos. O outro eleito foi o jurista Evandro Lins e Silva, com 113 votos. A primeira suplência ficou com o ex-deputado José Abreu (PTN-SP), com 97 votos.

Festa/ Empresários da construção civil e banqueiros estão rindo à toa. O crédito habitacional oferecido pela Caixa Econômica federal quase dobrou, chegando a R$ 45 bilhões em 2009. No ano anterior, foi de R$ 23 bilhões. Com esses números, o governo fomentou a geração de novos empregos e pôs os dois pés nas periferias das regiões metropolitanas com o programa Minha Casa, Minha Vida.

Continua/ Vice-líder da bancada do PPS, o deputado Arnaldo Jardim (SP) informa que trabalha para que o deputado Fernando Coruja (SC) continue no cargo pelo terceiro ano consecutivo. Coruja anda desiludido com a política e pensa em não se candidatar à reeleição.

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