sábado, 5 de dezembro de 2009

Um tiro na asa

Por Luiz Carlos Azedo
luizazedo.df@dabr.com.br

O governo norte-americano pode cair fora da disputa pela venda de caças de última geração ao Brasil. E não é porque o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, andam se estranhando por causa de Honduras. O motivo é outro. O Exército brasileiro entrou em negociações com a Rússia para adquirir o sistema antiaéreo Tor-M2E, desenvolvido principalmente para abater o caça F/A 18 Super Hornet, aquele que a Boeing pretende vender ao Brasil. Como o Ministério da Defesa, no programa FX-2 da Aeronáutica, exige a transferência de tecnologia dos aviões de caça para adquiri-los, isso permitiria ao Brasil desenvolver taticamente ainda mais o sistema antiaéreo russo.

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A grande preocupação estratégica do Exército não é com os vizinhos rebeldes — Paraguai e Bolívia —, muito menos com os aliados mais robustos e histriônicos, como a Argentina e a Venezuela. É com o pacto militar da Colômbia com os Estados Unidos, embora nossos generais não passem recibo disso. Ocorre que os norte-americanos são mais zelosos com segredos militares e relutam em ceder os códigos-fonte dos sistemas de ataque dos seus aviões de caça. Por causa disso, das duas uma: ou cairão fora do programa FX-2, ou simplesmente farão exigências inaceitáveis ao governo brasileiro. Ganham, com isso, os aviões concorrentes: o caça sueco Gripen NG, da Saab , e o francês Rafale, da Dassault.

Foguete

Foi um fracasso a visita do presidente Lula à Ucrânia. O programa de cooperação do governo brasileiro com a ex-república soviética para o lançamento de foguetes na Base de Alcântara virou um buscapé, cuja trajetória é imprevisível. Os ucranianos têm tecnologia de foguetes que herdaram da antiga União Soviética, mas são um problema em matéria de gestão de recursos e administração. E não têm dinheiro para colocar no projeto. Para viabilizar a empreitada, quem terá que entrar com a grana é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).



Pele


A Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele, lançada hoje pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), pretende cobrir as praias mais frequentadas dos litorais de Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. São 10 mil quilômetros


Vencedor

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc (PV), minimiza o fato de a chefia da delegação brasileira que vai à Conferência do Clima ficar a cargo da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT). Ele já se considera vitorioso por ter vencido a queda de braço para que o governo brasileiro estabelecesse metas de contenção na emissão de carbono na atmosfera.


Guilhotina

Na cúpula do DEM, é dado como certo o afastamento do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, da legenda, na reunião marcada para a próxima quarta-feira. O presidente do DEM, Rodrigo Maia (foto), do Rio de Janeiro, bem que tentou garantir mais tempo para a defesa de Arruda e protelar o desfecho do caso, mas está isolado. Até o senador Heráclito Fortes (PI), considerado um conciliador, está disposto a entregar a cabeça de Arruda.


Na fila

O vice-governador Paulo Octávio (foto), que até agora escapou dos pedidos de impeachment aprovados na Câmara, está sendo apontado pela cúpula do DEM como a alternativa da legenda para manter o controle da administração do Distrito Federal em 2010. Ainda que solidário a Arruda, ele tenta manter a maior distância possível do escândalo e sobreviver eleitoralmente.

Vingança

A cúpula do PMDB responsabiliza o ex-governador do DF Joaquim Roriz (PSC) pelas denúncias contra seus integrantes na Câmara. O ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa, autor das denúncias contra Arruda e aliados, teria armado contra o presidente do PMDB, Michel Temer (SP); o líder da bancada na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN); e o deputado Eduardo Cunha (RJ) porque entregaram o comando regional da legenda ao deputado Tadeu Filippelli (DF), aliado de Arruda.

Olho grande

Ruralistas estão na ofensiva. Pressionam o governo para a criação de uma diretoria de agronegócio e cooperativismo no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os ministros da Agricultura, Reinhold Stephanes, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, são simpáticos à tese.



Precatórios/ A votação da PEC dos Precatórios, que mobiliza prefeitos e governadores, pode ser adiada novamente. A prioridade na pauta da Câmara é para os relatórios do novo marco regulatório do pré-sal, a começar pela partilha dos royalties, que deve ser votada na próxima semana.

Saúde/ Também subiu no telhado a PEC dos agentes de saúde, que regulamenta a situação dos profissionais que atuam no Programa de Saúde da Família.


Cabresto/
O analista judiciário Renato César Carneiro lançou, ontem, no Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB), o livro Cabresto, curral e peia – a história do voto na Parahyba até 1930. Conta como eram as eleições a bico de pena na Velha República.

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