terça-feira, 29 de dezembro de 2009

A questão Nordeste

Por Luiz Carlos Azedo
Com Guilherme Queiroz (Interino)
luizazedo.df@dabr.com.br


Orientada a passar ao largo da discussão sobre a vice na chapa ao Palácio do Planalto, a executiva nacional do PSDB usará seu próximo encontro, em janeiro, para tratar do segundo item na lista de afazeres para as eleições de 2010: dar capilaridade à campanha presidencial no Nordeste. A preocupação no comando tucano é de que prefeitos e vereadores da oposição, atraídos pela popularidade do presidente Lula, esvaziem o palanque do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), como fizeram em 2006 na acachapante derrota de Geraldo Alckmin (PSDB) entre o eleitorado nordestino.

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A direção do partido estuda uma maneira de cobrar dos filiados a presença no palanque tucano, sob argumento que o adversário de 2010 não será o popular Lula, mas a ainda não testada ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. “Naquele tempo, achava-se que fazer campanha contra o Lula seria perder votos. Hoje, ao subir no palanque do nosso candidato, nossa campanha avança”, avalia o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).

Conjunto

Ainda em janeiro, o PSDB promoverá um encontro regional no Nordeste — em Recife ou em Teresina — no qual serão reportadas as discussões do encontro da executiva nacional. Sérgio Guerra (foto) fará convite ao presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), e ao do PPS, Roberto Freire, para que os outros dois partidos da oposição participem da reunião e iniciem 2010 em sintonia.

Tripartite

Um grupo de senadores pressiona para que a reforma administrativa do Senado passe também pelas comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Fiscalização Financeira e Controle. A justificativa oficial é de que, como a proposta mexerá com o orçamento da Casa, não deve ter sua tramitação restrita à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), presidida pelo senador Demostenes Torres (foto), do DEM goiano, tido como obstáculo à manutenção de mordomias e gratificações concedidas aos funcionários.


Curinga/ Provável líder do PT na Câmara, em 2010, o deputado Fernando Ferro (PE) ocupou o posto em 2005, herdado do colega Paulo Rocha (PA), abatido do cargo após denúncia de ter recebido dinheiro no mensalão. Desde então, o pernambucano abdicou duas vezes de disputar o cargo.

Salve/ Em visita recente ao Congresso para falar da Copa do Mundo de 2014, o ministro do Esporte, Orlando Silva, cruzou com o senador Renato Casagrande (PSB-ES), a quem declamou: “Meu senador!”. Em vez de retribuir a deferência, o capixaba provocou o comunista, conhecido frequentador das rodas de samba da capital federal, “Orlando Silva, o cantor das multidões!”, repetindo o epíteto dado ao sambista carioca homônimo.

Refúgio/ O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve desembarcar amanhã na Base Naval de Aratu, na Bahia, onde passará o réveillon na privativa praia de Inema. Trata-se do mesmo destino escolhido na virada de 2008, onde Lula tomou banho de mar com o governador baiano, Jaques Wagner (PT).


Tira dali…


Antes do recesso parlamentar, a Mesa Diretora da Câmara aprovou a criação de quatro cargos comissionados, os chamados CNEs, nas lideranças do PHS e do PTC. Um quinto posto foi aberto na Procuradoria da Mulher, comandada pelo DEM. Os cargos foram remanejados de outros setores da Casa.


… Põe aqui

O PHS e o PTC ameaçavam, desde o início do ano, recorrer à Justiça para terem o mesmo tratamento dado ao PSol, que conseguiu, no Supremo Tribunal Federal (STF), o direito de nomear 16 comissionados para sua liderança. Uma norma da Câmara estabelece que a bancada de um partido deve ter pelo menos cinco deputados para nomear CNEs. A do PSol tem três, a do PHS tem dois e a do PTC, um.


Mamães


Estudo da Consultoria de Orçamento da Câmara estima que as despesas da Previdência Social com o salário-maternidade podem saltar de R$ 3,3 bilhões para R$ 5 bilhões se a ampliação da licença de quatro para seis meses for adotada por todo o setor privado.
O Orçamento de 2010 prevê R$ 960 milhões para o benefício


Onda


A polarização da disputa pelo comando do PT no Rio de Janeiro entre o candidato derrotado, o prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Faria, e o vitorioso, o deputado Luiz Sérgio, deixa reflexos pelo interior do estado. Em 36 municípios, o maior número no país, chapas derrotadas nas eleições internas recorreram ao diretório nacional da legenda pedindo a anulação do pleito.

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