quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Precisa-se de ministro

Por Luiz Carlos Azedo
luizazedo.df@diariosassociados.com.br

Passou a hora de o governo substituir o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro (PTB-PE), que é candidato a uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU). O responsável pela coordenação da base do governo no Congresso já foi abduzido pelo órgão e não entra em bola dividida, seja para não contrariar os aliados, seja para não criar arestas com o núcleo duro do Palácio do Planalto. Resultado: o governo passou a ter uma atuação errática no Congresso.

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O vai e vem no pedido de urgência para votação dos quatro projetos do pré-sal, cujo desfecho foi um segundo passo atrás do presidente Luiz Inácio Lula da Silva — o primeiro foi restabelecer a participação especial dos estados na partilha dos royalties —, convenceu o Palácio do Planalto de que é preciso encontrar logo um substituto para Múcio. O subchefe dos Assuntos Federativos, Alexandre Padilha, andou cotado para o seu lugar, mas não tem cancha no Congresso. A estrela que sobe é a do líder do PT, Cândido Vaccarezza (SP), que foge da tarefa porque é candidato à reeleição.


Recuou//

Temendo um cisma com os professores da rede estadual, que prometiam transformar todas as cerimônias oficiais num ato de protesto, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), voltou atrás na proposta de reduzir os aumentos dos quinquênios do magistério de 12% para 7%. Fica como está.


Talião


Aprovado na Câmara, o tratado com a Santa Sé pode empacar no Senado. Ressabiados com a campanha da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) contra candidaturas de políticos de ficha suja, senadores que se consideram atingidos querem dar o troco na CNBB. Pra complicar, o senador Marcelo Crivella (foto), do PRB-RJ, da Igreja Universal, quer isonomia para as instituições evangélicas.


Setentrional

O Supremo Tribunal Federal tem três ministros paulistas: o decano Celso de Mello, Cezar Peluso e Ricardo Lewandowski; dois cariocas: Marco Aurélio e Ellen Gracie; dois mineiros: Joaquim Barbosa e Cármen Lúcia; um gaúcho: Eros Grau; um matogrossense: Gilmar Mendes e um sergipano, Carlos Ayres Britto. Não será surpresa se a vaga aberta com a morte do ministro Carlos Alberto Direito for preenchida por Lula com a indicação de um jurista do Norte ou Nordeste.


Capoeira

Presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara, Marina Maggessi (PPS-RJ) acompanhará de perto os episódios de violência na Bahia. Com um grupo de parlamentares, a investigadora carioca se deslocará até Salvador, onde dezenas de postos policiais, carros oficiais, ônibus e prédios públicos foram queimados por traficantes cujo chefe foi transferido para Campo Grande.


Rua

O deputado federal Geraldo Pudim (PMDB-RJ) e a vereadora Clarissa Garotinho, líder do PMDB na Câmara do Rio, foram gentilmente convidados a deixar a legenda pela porta da frente pelo presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Jorge Picciani, que comanda o PMDB fluminense. Os dois descem o sarrafo em Cabral e apoiam a candidatura do ex-governador Anthony Garotinho, que trocou a legenda pelo PR.



Susto/ Quem acompanhou o anúncio da intenção de compra dos caças Rafale, no Palácio Alvorada, notou o espanto do comandante da Aeronáutica, Juniti Saito. Ele não havia sido avisado do acerto entre o presidente Lula e o presidente francês, Nicolas Sarkozy.

Calhamaço/ Tem cerca de 900 páginas o relatório da Força Aérea Brasileira do programa FX-2, que lista prós e contras dos derrotados F-18 Super Hornet e Gripen NG e o vitorioso Rafale F3. O comando da Aeronáutica agora teme ter de jogar o material no lixo.

Teco-teco/ Na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara, o assunto foi os jatos franceses Rafale. Francófilo, Raul Jungman (PPS-PE) defendeu a tese de que o assunto é de alçada do Executivo. “Não sei nem distinguir um teco-teco de um jato”, brincou. Levou a invertida da deputada Maria Lúcia Cardoso (PMDB-MG): “Não temos participação na compra, mas temos o dever de fiscalizar”.

No/ O ex advogado-geral do Senado Alberto Cascais, exonerado por elaborar um parecer que legitimava casos de nepotismo na Casa, pediu licença para passar três meses no Canadá estudando inglês. O pedido, porém, foi negado pela direção da Casa por motivo de contenção de gastos.

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