quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A batalha do pré-sal

Por Luiz Carlos Azedo
Com Guilherme Queiroz

luizazedo.df@diariosassociados.com.br

A disputa pela partilha dos royalties do petróleo, que opõe os estados produtores (Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo, principalmente) aos demais entes federados, não é a única linha divisória do debate sobre o novo marco regulatório do insumo. Há três brigas de cachorro grande no Congresso Nacional. Uma, entre a Petrobras e as Sete Irmãs, pela participação nos resultados da exploração, que já mobiliza o mundo dos negócios petrolíferos. Outra, entre a União e os estados, devido à centralização exagerada dos recursos nas mãos do governo federal. E, finalmente, um embate sobre a verdadeira natureza do Fundo Social, que foi apresentado à opinião pública pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como uma espécie de Robin Hood das riquezas do pré-sal, mas é visto como instrumento de equilíbrio cambial para evitar a chamada “doença holandesa”.

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Esses embates ficaram evidentes durante o seminário “O pré-sal e o futuro do Brasil”, promovido pelos Diários Associados, principalmente no painel de ontem à tarde, que reuniu os governadores da Bahia, Jaques Wagner (PT); do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB); e de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Também surgiu uma zona de sombra em relação à exploração do petróleo que vier a ser descoberto fora da camada pré-sal.


Solidariedade


No debate com os governadores Jaques Wagner e Eduardo Campos, que são a favor de uma divisão dos royalties do petróleo com base em critérios demográficos e indicadores de desenvolvimento humano, o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, saiu em defesa do colega Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro. Segundo ele, a antiga capital da República foi muito esvaziada economicamente e hoje depende fundamentalmente da economia do petróleo. “Precisamos ajudar os cariocas.”


Multimídia

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, em campanha pela redivisão dos royalties de petróleo, encerrou sua intervenção no evento com a apresentação de um vídeo sobre o impacto da economia do petróleo em dois municípios do Rio Grande do Norte, um que recebe royalties e tem excelente qualidade de vida, e outro município vizinho, que não recebe e vive na miséria. Paulo Hartung acusou o golpe: “Isso é campanha eleitoral”, protestou, brincando. Campos é candidato à reeleição.

Brasília, 50 anos//

A Volkswagen lançará em Brasília, na última semana de outubro, a versão comemorativa do cinquentenário da capital federal de um de seus modelos. O governador José Roberto Arruda e o vice-governador Paulo Octávio fecharam o lançamento com a montadora, que celebra 50 anos da inauguração de sua primeira fábrica no Brasil. O carro escolhido ainda é segredo.


Mineirão


Em encontro com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, no Palácio das Mangabeiras, o governador de Minas, Aécio Neves, do PSDB, apresentou o calendário das obras de reforma do Mineirão, que servirá de palco para os jogos de um dos grupos da Copa do Mundo de 2014. “Até o final de 2012, nós teremos o Mineirão pronto, cumprindo 100% das exigências. E, naturalmente, vamos estar aí discutindo com a CBF, com a Fifa, com o Comitê Executivo, uma participação importante de Minas Gerais.”


Doações


De 57 prestações de contas analisadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) em Tocantins, 41 foram consideradas irregulares. Os doadores terão que pagar uma multa de R$ 1,2 milhão, sendo que só um deles terá que desembolsar quase R$ 900 mil


Candidata

Presidente em exercício do PMDB, a deputada Íris de Araújo se lançará candidata ao cargo caso haja a antecipação da convenção nacional do partido de março para o fim do ano. A tese tem sido aventada pela ala peemedebista, que é afinada com a candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência da República. Íris conta com o apoio do PMDB Mulher e do PMDB Afro. O presidente licenciado da legenda, deputado Michel Temer (SP), tenta evitar a antecipação.




Fênix/Com apoio do PSDB, dissidentes do antigo Partido Liberal (PL) — renomeado Partido da República (PR) depois da fusão com o Prona — correm para refundar a legenda antes de 2 de outubro. O novo PL ainda precisa de 118 mil das 468 mil assinaturas exigidas pela Justiça Eleitoral para que a legenda conquiste seu registro definitivo e seus membros possam disputar as eleições de 2010.

Currículo/O líder do governo no Senado, Romero Jucá
(PMDB-RR), enviou ao senador Álvaro Dias (PSDB-PR) uma volumosa pasta com currículos, certidões e credenciais do advogado-geral da União, José Antonio Toffoli, indicado ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Dias bateu forte na indicação, ontem, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Tucanou/O senador Geraldo Mesquita Jr. (PMDB-AC) tenta organizar parlamentares governistas simpáticos à eleição de um tucano à Presidência da República. O peemedebista propôs, ontem, a criação de uma frente nacional de apoio ao governador de São Paulo, José Serra (PSDB). O movimento de Mesquita começará pelo Acre, onde o PMDB é contra os tucanos.

Dança/
Parte da bancada baiana na Câmara dos Deputados busca uma acomodação melhor para 2010. O deputado Sérgio Brito deixará o PDT para se filiar ao PSC, partido da base de apoio ao PMDB do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima. Brito assume semana que vem a Secretaria de Administração de Salvador, do prefeito João Henrique (PMDB).

Hoje, na coluna Brasília/DF do Correio Braziliense

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